quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

O Primeiro Amaterasu: Aforismo



O conhecimento de qualquer coisa caminha a um aforismo.

 Quando se conhece o aforismo, chega-se a metáfora.
 Quando se desvela a metáfora, voilá: eis a essência - não-linguística, não-semiótica, não-lógica à nossa instância, não simbólica, e nem contraditória.
  Não-refutável, pois é o todo, e abriga em si todas as possibilidades de se contradizer as contradições e sintetizar as refutações como meras concepções semióticas, resultado de um jogo começado com peças erradas, num tabuleiro desconhecido.

   Só o aforismo já liberta a sede epistemológica. É um vetor que contém tudo sobre qualquer coisa, e fatalmente responde a tudo a que esse conhecimento corresponde.

O aforismo é o fogo Amaterasu das bibliotecas. É o temor do dogmático. É a lâmina que escarmenta Descartes, Sócrates e Platão - não por terem sido dogmáticos, mas por não terem chegado ao aforismo, e declarado conhecimento criminoso a respeito do tudo-nada.

 O aforismo é Amaterasu por destronar violentamente o pensamento lógico, e tornar cinzas uma história ricamente pobre, atraindo ódio dos pensadores e da própria história.

 O aforismo é apenas agraciado e aguardado pelo futuro. Aliás, na gênese temporal de nossa instância, a perspectiva amorosa do aforismo já era embrionária na metáfora, e essa na essência.

 Aforismo é Amaterasu, não por só ser fogo, mas por ser também luz. É a fênix de si próprio, e o guardião da sensatez. Quando se conhece aforismo, se tem o primeiro passo para a luz. Quando essa luz chega, toda a teoria torna-se vazia, e o conhecimento de algo torna-se absoluto e claro. Não se é mais necessário desgastar-se nos porões das literaturas.

Ainda, aforismo não é resposta. É caminho. O caminho que leva ao Tao, à verdadeira ataraxia e a sublimação do espírito caçador da verdade. E a verdade é uma só, não um 'infinitaenesimal' manuscrito téorico. É palavra de uma letra só, e permeia toda a constituição do cosmos.

domingo, 13 de janeiro de 2013

Herdeiros da Filosofia


 Raríssimos são, nesse plano terreno atual, aqueles que nascem para a filosofia.

 Desses raros gênios, muitos têm preguiça de pensar.
   Outros descobrem o talento e morrem calados.


Dentre os poucos restantes, muitos são arrogantes, egocentristas e dogmáticos.
 Uma parcela dessas se salva, descobrindo o amor ativo do sistema, introduzindo-o ao modo de se pensar em algo genuíno e primordialmente humano.

 Dentre esses, alguns falam.
 E, entre esses, algum sobra, afinal, que produz algo de valor a cada temporada dos ciclos terrenos...

 ...mas, no final, nenhum deles é ouvido em tempo, e quando o é, quase nunca acontece da forma como se deveria...

Linguagem e sua Relação Filosófica e Científica Com o Conhecimento



É razoável pensar que a filosofia aplicada no meio social é um utilitarismo que compete aos domínios primordiais das ciências sociais, empiristas por natureza, mas, se assim o for, também podemos pensar que os fundamentos teóricos das transformações são genuinamente filosóficos, advindo da razão, apoiados pela pesquisa e organizadas em sistemas que, ora ou outra, direcionam-se à teleologia.
Filosoficamente, a linguagem impõe limites ao conhecimento, e, cientificamente, a linguagem é ferramenta de comunicação primordial ao homem político. Mas hão possibilidades de semiose na ciência, gerando, até mesmo em confronto com a Teoria do Caos, uma sensação de incapacidade intelectiva plena. Como mesmo os resultados científicos, e até seus métodos, poderiam estar encharcados de concepções semióticas errôneas: na Teoria do Caos são analisados o funcionamento de sistemas complexos e dinâmicos. Em sistemas dinâmicos complexos, determinados resultados podem ser "instáveis" no que diz respeito à evolução temporal como função de seus parâmetros e variáveis. Isso significa que certos resultados determinados são causados pela ação e a interação de elementos de forma praticamente aleatória. 

 Para entender o que isso significa, basta pegar um exemplo na natureza, onde esses sistemas são comuns. A formação de uma nuvem no céu, por exemplo, pode ser desencadeada e se desenvolver com base em centenas de fatores que podem ser o calor, o frio, a evaporação da água, os ventos, o clima, condições do tempo, e isso para não entrar em fatores invisíveis, não-tangíveis, os desconhecidos, que podem ser aceitos na lógica geral, e os desconhecidos que não podem ser aceitos na lógica geral, além é claro, de supostos fatores metafísicos, fora que a percepção de cada um desses fatores só pode ser feito através dos sentidos, e aqui é chamada a fenomenologia, demonstrando-nos que uma pequena parcela de cada coisa pode ser entendida, e talvez, ainda, de forma errada, diria Peirce. Uma coisa simples torna-se extremamente complexa, já que as causas são totalmente desarraigadas dos efeitos, e nossa concepção lógica desses momentos somente se dão através dos fenômenos dos mesmos, ou seja, uma parcela destacada de eminência desses objetos, e não sua totalidade revelada. E, mesmo assim, apreendidos sob as rédeas da razão, que limitam as apreensões intelectivas às convenções universais, pragmáticas. E, mesmo admitindo que se possa conhecer essas coisas, por meio da intuição (Kant) ou vontade (Schopenhauer), como será feita a comunicação? 
 
  A lenda da Torre de Babel fornece o ar “místico”, que impõe, no âmago da retórica, uma qualidade cética latente, uma metáfora à incompreensão, a não -comunicação - em Górgias temos a máxima “O ser não existe. Mesmo que existisse, não seria cognoscível. E mesmo que fosse cognoscível, não seria passível de comunicar”. Em Agostinho vimos que as coisas podem ser ensinadas via sinais naturais. Mas como haveria sinal de coisa tão complexa? Como poderiam esses sinais serem mais eficientes que um dialeto?