domingo, 13 de janeiro de 2013

Herdeiros da Filosofia


 Raríssimos são, nesse plano terreno atual, aqueles que nascem para a filosofia.

 Desses raros gênios, muitos têm preguiça de pensar.
   Outros descobrem o talento e morrem calados.


Dentre os poucos restantes, muitos são arrogantes, egocentristas e dogmáticos.
 Uma parcela dessas se salva, descobrindo o amor ativo do sistema, introduzindo-o ao modo de se pensar em algo genuíno e primordialmente humano.

 Dentre esses, alguns falam.
 E, entre esses, algum sobra, afinal, que produz algo de valor a cada temporada dos ciclos terrenos...

 ...mas, no final, nenhum deles é ouvido em tempo, e quando o é, quase nunca acontece da forma como se deveria...

4 comentários:

Unknown disse...

Senhor Carlos... um herdeiro da Filosofia... tomara que sejamos ouvidos, porque o momento em que vivemos não cabe mais naquele "nunca" antigo, ou naquele "sempre" vicioso...

Somos desconhecidos pela História, talvez seja este o momento de criarmos a nós mesmos; e isto significaria, em última instância, negar o tal "final" ou a "forma como se deveria".

Raríssimos são aqueles que nascem para a filosofia, concordo, mas ausentes são aqueles que morrem nela e por ela. Não nos parece que a vida parece ser maior que as mãos filosóficas que tateiam a sua sombra?
Abraço.

Carlos Speedhertz disse...

Caro André Luiz, obrigado pelo comentário!

Exatamente, o momento é de rompermos com o venenoso dogmatismo, e com as apostas ingênuas nos ídolos que quase nunca merecem tal crédito; construir nossa filosofia, relevando o humanismo, e apostar em novos conceitos epistemológicos.
Os conceitos de vida que temos surgem da filosofia e mitologia/religiões. Se valorarmos para a filosofia, sobra argumentação e falta sentir o amor que rege o sistema.
Se os nascidos à filosofia atentarem para o amor do cosmos, poderão viver, filosofar, e criar métodos de vencer o ceticismo e, quem sabe, os problemas da linguagem....

"(...) mãos filosóficas que tateiam a sua sombra?" - genial! hehe
Grande abraço!

Jefferson Duarte disse...

Observando essa proposta, me deparei pensando algo parecido, pois quem serão esses filósofos dos dias atuais, onde vivemos um caos apressado, que é diferente de acelerado, apressado no sentido de fazer de qualquer jeito. Ser filósofo é atuar no campo da pesquisa e o mais importante é registrar suas reflexões, como diz um grande filósofo que aprecio muito, em uma de suas obras intitulada "Qual é a tua obra?" ele se preocupa em perguntar o que vamos deixar a este mundo quando partimos. Cabe a nós filósofos em formação, indagar provocações filosóficas na qual cause espanto nos sujeitos de maneira que ele enxergue neste terreno atual que se vive suas alienações dogmáticas. Abraços

Carlos Speedhertz disse...

Jefferson, grato pelo comentário!!

Realmente, muitos pensadores destacam a necessidade do filósofo se manter atual e produtivo. Mas não podemos confundir com dogmatismo: as teorias devem ser como a ciência popperiana, conjecturais, potencialmente criadas para serem sobreescritas.
Precisamos questionar, pensar e produzir. Boa observação! Esse é caminho da filosofia - sem adoração ao vínculo com a velha filosofia ocidental, tão mastigada e tão transcendida...

Abraços.