segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Música Celestial


Às vezes fico pensando...
 Não poderia ser a música um simples evento acústico-vibratório como ensina a ciência. É tão mais que isso que é impossível ficar calado!
 Várias vezes me deparo com sequências harmônicas, ou mesmo solos melódicos "a capela", e sinto que tais notas só poderiam ter sido geradas por uma inspiração muito próxima do "corpus celesti", pois incitam no bom ouvinte sensações inefáveis, e alteram a frequência de funcionamento do corpo, produzindo lembranças e sentimentos inesperados/desconhecidos. Não obstante, sem medo revelo minha crença: a composição musical tem dois fundamentos: um metafísico e um físico.


 O físico é a percepção corporal. Todos os sistemas corpóreos são atingidos e reagem às frequências das notas musicais (assim como as frequências das cores, ou as duas juntas, sonocromaticamente, etc). Não é à tôa que algumas sequências musicais induzem o sono, ou aguçam a percepção, ou enchem de expectativa, ou atiçam diversos sentimentos.

O metafísico é a captação intuitiva do que é música no mundo espiritual (Kardec [Chico Xavier; Platão] fala sobre). Através de um desvelamento artístico, o autor intui as notas (nem sempre notas somente na escala musical, mas até mesmo savarts e cents!) que lhe parecem agradáveis (falo até de dissonâncias!), e chega a um estado de êxtase divinatório que o possibilita colher fagulhas da música celestial e transcrevê-la / interpretá-la para execução no físico. O físico é meramente a interpretação desse sistema - ou seja, a música não é só áudio!
 O ouvinte passa pelo mesmo processo de desvelamento, sendo ele também um compositor, pois está também colhendo da árvore musical do cosmos.

  Daí vem minha crítica ao método em que muitos acreditam: "música boa é aquela que sôa agradável até para os leigos". Porém a crítica é somente baseada em crença, não prova verdade alguma: se cada pessoa possui certa idade espiritual, então é bastante lógico que os mais vividos possuem uma apreciação mais fina do que é belo, pois se aproximam da perfeição, do máximo estado-vibratório d'alma - que os permitem conhecer de forma muito próxima o verdadeiro "ser", a essência das coisas no plano superior. Os espíritos mais jovens possuem raízes curtas no mundo supra-sensível, e seus desejos são consumados pelas ilusões do mundo físico. Podemos eventualmente distinguir essas pessoas pelos seus gostos artísticos, ideias, interpretações, vontades...
 Essa ideia também pode ser remodelada para os não-crentes no samsara (carma), substituindo a idade espiritual pela física, e os desvelamentos espirituais pela bagagem técnica e cultural. De qualquer forma, é impossível nivelar todos os ouvintes para uma única categoria, pois seria adjetivar negativamente composições maestrais que os leigos não conseguem entender/gostar/admirar.

 Sem medo, novamente, exalto aqui o compositor-maior do sistema: Deus Jeová, o Deus de Cristo - eis o perfeito criador da música celeste, da qual nós, compositores/músicos/docentes musicais/produtores dependemos.

Como dar a autoria de algo tão belo como a música à um fenômeno acústico baseado nas leis físicas?
 A música é prova de que o confronto apolíneo-dionisíaco realmente existe, e produz o que chamo de "cacofonia agradável". Digo isso pelo fato de que o sistema operacional é complexo demais para rotularmos eventos com adjetivos positivos ou negativos. Tudo é produto de movimento do sistema, constituindo uma harmonia injustamente justa, representada em eventos cujas causas e fins nunca arraigamos!
 Veja que as dissonâncias são agradáveis, a blue-note é coisa linda, o lócrio é fantástico, a harmonia diminuta é incrivelmente instigante! O virtuosismo é bem-aventurado, pois é uma busca do conhecimento de algo supremo, através do aprimoramento técnico e trabalho suado sobre a teoria e instrumento.

 A música é um confronto de elementos diferentes, e belo pode ser o que é teoricamente "inaceitável" (coisa que o conservatório ainda prega!). A síntese musical é um material sonoro que causa determinados sentimentos no compositor e no ouvinte. E existem razões para isso! É digno de reflexão! Determinadas sequências de sons alteram a frequência de operação do cérebro, ativando áreas específicas.


 Ocasionalmente ouço riffs de criatividade tremenda. E quando isso acontece, alegro-me por poder ouvir a produção artística de alguém que aproximou-se intuitivamente da obra de Deus. Mas alegro-me (ou presto-me! hehe) mais ainda por termos em nosso medíocre mundo baseado em leis morais inúteis uma arte tão divina e primordial, que tem o poder de conduzir-nos à estados nirvânicos e incitar-nos ao conhecimento de Deus e do mundo celestial.

 Deus, obrigado pela música! =)

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